As críticas ao modelo

Apesar do apoio de ecologistas e da maioria dos cientistas, o Protocolo de Kyoto recebe várias críticas. A principal delas é que as medidas podem causar recessão nos países desenvolvidos e com economias estáveis. O argumento foi usado pela Austrália, grande produtora de carvão mineral, e ainda é pelos Estados Unidos  para não ratificarem o tratado.

Além disso, alguns cientistas afirmam que as metas não terão efeitos a longo prazo. Outro argumento usado anteriormente era que os efeitos do aquecimento global não seriam tão danosos. O argumento perdeu ainda mais a força, depois do último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mundanças Climáticas), que, em 2007, ampliou as previsões negativas em relação ao clima na Terra.

Economistas voltados para questões sociais dizem ainda que os mecanismos financeiros adotados podem contribuir para uma industrialização massiva dos países em desenvolvimento, que não são obrigados a reduzir suas emissões (a China é o exemplo mais citado), e conseqüentemente haverá um aumento das emissões de gases poluentes.

É interessante lembrar que um levantamento da Agência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas afirma que a emissão dos gases do efeito estufa aumentou 2,4% de 2000 para 2004 nos países industrializados. Se forem considerados apenas os 35 países que têm metas de redução de emissões definidas no Protocolo de Kyoto, o aumento foi de 2,9%. É claro, que esses números foram levantados antes do tratado entrar em vigor, mas mostram a dinâmica da lógica do desenvolvimento adotado pelos países que é de difícil reversão. Veja alguns dados levantados no estudo. A porcentagem se refere a variação entre as emissões de 1990 e 2004 e os valores são o total emitido em 2004:
Os resultados ruins
  • Estados Unidos: + 15,8% (7 bilhões de toneladas)
  • Japão: + 6,5% (1,4 bilhões de toneladas)
  • Canadá: + 26.6% (758 milhões de toneladas)
  • Itália: + 12,1% (582 milhões de toneladas)
  • Austrália: + 25,1% (529 milhões de toneladas)
  • Espanha: + 49% (428 milhões de toneladas)
Os bons resultados
  • Rússia: - 32% (2 bilhões de toneladas)
  • Alemanha: - 17,.2% (1 bilhão de toneladas)
  • Grã-Bretanha: - 14,3% (665 milhões de toneladas)
  • França: - 0,8% (560 milhões de toneladas)